terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Nelson Werneck Sodré: cem anos


Nelson Werneck Sodré, os cem anos do historiador marxista


09/01/2011 - Por José Carlos Ruy

É formada em Itu (SP) uma comissão de historiadores, intelectuais e familiares do general e historiador marxista para comemorar seus cem anos, que se completam em 2011.


O decano dos historiadores marxistas brasileiros, Nelson Werneck Sodré, completaria cem anos de idade em 2011. E , para comemorar a data, um grupo de historiadores e intelectuais, juntamente com a filha do historiador, Olga Sodré, começaram um movimento sediado, simbolicamente, na cidade de Itu (SP).

A escolha do local tem sentido pois Nelson Werneck Sodré teve fortes ligações com a cidade, onde está inclusive sepultado. Foi no quartel do Regimento de Artilharia (o Regimento Deodoro) sediado em Itu, para onde veio no início da década de 1930 como aspirante a oficial, que teve seus primeiros postos. Foi também em Itu que conheceu uma moça chamada Yolanda Frugoli, com quem viria a se casar.

Destacou-se como um militar nacionalista, ligado depois ao Partido Comunista Brasileiro. Como intelectual e historiador, foi um dos fundadores na década de1950 do influente Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), instrutor de história militar da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, da qual foi desligado devido às suas posições políticas nacionalistas e à participação na campanha O Petróleo é Nosso e à publicação de um artigo, sob pseudônimo, onde defendia as posições comunistas contrárias à participação do Brasil na Guerra da Coréia. Seu último posto militar, na ativa, foi a promoção a coronel (1961). Assim, passou para a reserva no posto de general de brigada.

Livros clássicos

Nelson Werneck Sodré foi um dos pioneiros da historiografia marxista no Brasil, juntamente com Caio Prado Jr. Sua extensa obra começou a ser publicada na década de 1930, inaugurada em 1938 com o clássico Historia da Literatura Brasileira. Em 1939, outro clássico da historiografia imperial, o Panorama do Segundo Império. Aprofundou a visão marxista do passado brasileiro em 1944, com Formação da Sociedade Brasileira. No ano seguinte surgiu também a primeira edição de um guia fundamental para o estudo de nosso passado, o livro O Que Se Deve Ler Para Conhecer o Brasil, que mereceu sucessivas reedições.

Nos anos seguintes, publicou alguns clássicos, como As Coasses Solciais no Brasil (1954), A ideologia do Colonialismo (1961), Formação Histórica do Brasil (1962) e, na primeira metade da década de 1964, a prestigiadíssima e perseguidíssima História Nova do Brasil, uma sistematização didática de nosso passado elaborada, por uma equipe de historiadores dirigida por Nelson Werneck Sodré, com base no materialismo histórico. Depois do golpe militar de 1964, a obra foi apreendida e destruída pelos militares e seus autores presos.

Nos anos seguintes vieram As razões da Independência, História Militar do Brasil, História da Burguesia Brasileira, História Militar do Brasil, História da Imprensa no Brasil, antologias do pensamento marxista como Fundamentos da Economia Marxista, Fundamentos da Estética Marxista, Fundamentos do Materialismo Histórico e Fundamentos do Materialismo Dialético que, entre outros títulos (Werneck publicou até às vésperas de sua morte, em 1999), compõem um impressionante conjunto de obras dedicadas a esquadrinhar o passado brasileiro a partir do pensamento marxista e a difundir entre nós o pensamento avançado e progressista.

No debate sobre o desenvolvimento nacional, nas décadas de 1950 e 1960, Nelson Werneck posicionou-se claramente ao lado dos setores nacionalistas e democráticos que preconizavam a superação das oligarquias latifundiárias e financeiras cujo domínio ainda infelicitava o país. Foi um lutador incansável contra o imperialismo e contra seus aliados internos e depositou uma confiança muito grande na capacidade de uma aliança entre o proletariado e a chamada burguesia nacional superar aquelas contradições, assegurar a democracia e a soberania nacional e alcançar o bem estar para todos os brasileiros.

Nacional desenvolvimentismo

Foi, nestas condições, um dos principais – senão o principal – teórico do nacional desenvolvimentismo que reunia todos os setores avançados e progressistas (dos comunistas aos democratas e patriotas) que prevaleceu naquela época e opôs-se duramente, durante os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e João Goulart, à direita retrógrada, anti democrática e anti nacional que, em 1964, terminou por colocar um fim, pelo golpe militar, à limitada experiência democrática iniciada em 1946. Nelson Werneck esteve entre os perseguidos políticos, tendo seus direitos políticos cassados e sendo proibido de lecionar.

A aposta na capacidade da burguesia brasileira de enfrentar o imperialismo, o latifúndio e seus aliados, talvez tenha sido principal limitação do nacional desenvolvimentismo e, assim, do próprio pensamento de Nelson Werneck Sodré. A violência do golpe militar e a quase unânime adesão da classe dominante brasileira a ele (inclusive setores decisivos da “burguesia nacional”) foi um cruel desmentido daquela esperança. O que veio depois e que, durante vinte anos, impôs as trevas da repressão e do arbítrio, foi exatamente o contrário do que o nacional desenvolvimentismo esperava. Ao invés de se aliar ao proletariado, a burguesia e a classe média aliaram-se ao latifúndio, ao imperialismo e à alta finança, inaugurando um período em que a democracia foi tratada a ponta-pés e a soberania do país reduzida à incorporação subordinada aos interesses da geopolítica norte-americana.

O general historiador foi um gigante, e a crítica às suas teses só é possível, hoje, pois sua obra abriu os caminhos para o aprofundamento do conhecimento histórico. Aquela contradição que apontou, e que opõe os aliados do imperialismo (que, hoje, chamamos de neoliberais) aos setores patrióticos, democráticos e progressistas continua atual e suas ideias ajudam a entender o caráter da luta política em curso no país e a necessidade de enfrentar aqueles setores retrógrados e de direita para que o país continue a avançar. Esta é a atualidade de seu pensamento.

Ano comemorativo

Daí a relevância da comemoração de seu centenário. A comissão formada na última quinta-feira (6), em Itu, em uma reunião realizada no Centro de Estudos do Museu Republicano e composta por sua filha Olga, pelos professores Jonas Soares de Souza, Maria de Lourdes Figueiredo Sioli, Luis Roberto de Francisco, pelos intelectuais Maria Cristina Monteiro Tasca e Alan Dubner e pelo jornalista Salathiel de Souza, tem um programa ambicioso. Ela pretende fomentar iniciativas locais e nacionais para comemorar a data, transformando 2011 no Ano Nelson Werneck Sodré. O objetivo é envolver entidades como a Academia Brasileira de Letras, a Biblioteca Nacional, o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, departamentos de história das universidades brasileiras; foi anunciado também o breve lançamento de uma página eletrônica com informações sobre o historiador e sua obra. “Não é apenas por ser meu pai”, diz Olga. “A intenção é testemunhar sobre a contribuição de Nelson Werneck Sodré para a cultura brasileira”.

Extraído de Vermelho
Para um pouco mais:


sábado, 22 de janeiro de 2011

Filosofia e Meio Ambiente

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Conferência "Filosofia e Meio Ambiente",
com Raimundo Nonato Damasceno,
no XIV Encontro Estadual de Professores/as de Filosofia,
promovido pela SEAF.


Este XIV Encontro Estadual de Professores/as de Filosofia
SEAF 2010 teve o patrocínio de

Gravado em 23 de setembro de 2010, na UERJ.





  • Raimundo Nonato Damasceno é Doutor em Química pela PUC-RJ; Coordenador do Núcleo de Estudos em Biomassa e Gerenciamento de Águas da Universidade Federal Fluminense (NAB/UFF)
  • Gravação e edição - pela gentileza e compromisso com o conhecimento - de Diego Felipe de Souza Queiroz; Professor de Filosofia na Rede Estadual de Ensino - RJ e parceiro da SEAF; a quem muito agradecemos. Partes de 1 a 5.
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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mulheres são maioria entre universitários

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Mulheres são maioria entre os universitários, revela o Censo

As mulheres são maioria no ensino superior. Na graduação presencial, elas representam 55,1% do total de matrículas e 58,8% do total de formadas. Na modalidade educação a distância, 69,2% das matrículas e 76,2% dos concluintes são do sexo feminino. Esses dados constam do Censo da Educação Superior de 2009, divulgado nesta quinta-feira (13 de janeiro de 2011).

O censo realizado este ano teve como inovação a coleta individualizada das informações dos alunos, o que permitiu identificá-los individualmente, independentemente dos cursos ou instituições a que estão vinculados.
A média de idade dos universitários é de 21 anos. Eles ingressam por meio de vestibular, aos 19 anos, em cursos de bacharelado em instituições particulares. A idade mais frequente de conclusão do curso é de 23 anos.

A pesquisa mostra, também, que os alunos da educação a distância ingressam no ensino superior mais tarde em relação aos da graduação presencial. Em média, a conclusão do curso a distância ocorre aos 36 anos, enquanto a média presencial é de 28 anos.

De acordo com o censo, 710 instituições tiveram alunos que ingressaram por meio dos resultados obtidos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dessas, 541 adotaram o Enem como forma de seleção para mais da metade das vagas de ingresso.

De cada dez alunos matriculados em instituições particulares, três obtiveram bolsa de estudos de programas como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) ou o Programa Universidade para Todos (ProUni).

Na graduação presencial das instituições públicas, 36.294 ingressos ocorreram por meio de reserva de vagas, principalmente para alunos que estudaram em escolas públicas. Além disso, em 2009 foram registradas 20.019 matrículas de estudantes com algum tipo de deficiência. Dentre eles, 30% apresentavam baixa visão, 22%, deficiência auditiva e 21%, deficiência física.

Fonte: Ministério da Educação

Extraído de IRDEB

Brasil aumenta o número de mestres e doutores

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Brasil apresenta aumento no número de mestres e doutores

O número de mestres e doutores titulados no Brasil dobrou nos últimos dez anos. De 2001 a 2010, a quantidade de pesquisadores formados por ano no país passou de 26 mil para cerca de 53 mil, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

De acordo com o órgão, só em 2010, 12 mil receberam o título de doutor e 41 mil o de mestre. Esses dados constam do balanço final do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação divulgado pelo governo federal no fim do ano passado.

Os dados, na avaliação da deputada Fátima Bezerra (PT-RN), refletem o empenho do governo do ex-presidente Lula na expansão do ensino superior no Brasil. O aumento de recursos para o setor, na avaliação da petista, também foi fundamental para a expansão. "Em 2002, os recursos para a educação superior no país eram da ordem de R$ 19 bilhões. Em 2010, este montante saltou para cerca de R$ 60 bilhões, ou seja, três vezes mais do que recebemos. Sem isso, não seria possível formar tantos mestres e doutores", explicou.

O desafio agora, segundo Fátima Bezerra, é dar continuidade a essa política de expansão. A petista espera que o tema seja amplamente debatido durante a apreciação do novo Plano Nacional de Educação (PNE), em análise no Congresso Nacional. "Esse debate é estratégico para a qualidade da educação brasileira, pois representa passos significativos na formação do magistério brasileiro. Temos que aproveitar a discussão do PNE, que prevê metas para a educação superior, para ousarmos mais nesta área", disse Fátima, que será relatora do PNE na Comissão de Educação da Câmara.

Dados - O documento compila informações de vários órgãos ligados à pesquisa no país e avalia o resultado de um plano de investimento lançado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em 2007. Segundo o documento, só em 2009, 161 mil estudantes estavam matriculados em programas de mestrado e doutorado de universidades brasileiras. O número equivale a 90% da soma dos mestres e doutores titulados no país de 2003 até 2009.

Fonte: Informes PT nº 4641

domingo, 9 de janeiro de 2011

Há 130 mil anos humanidade já navegava, por Creta


Arqueólogos encontram indícios de que o homem navegava há 130 mil anos


04 / 01 / 2011

Arqueólogos gregos e americanos descobriram na ilha grega de Creta indícios de que o homem já cruzava os mares há 130 mil anos, muito antes do estimado até agora, informou nesta segunda-feira (3 de janeiro) o Ministério de Cultura da Grécia.

Os cientistas encontraram perto das localidades de Plakias e Preveli, no sudeste da ilha, ferramentas da Idade de Pedra.

Trata-se de machados no estilo “Acheulean”, relacionado ao “Homo heidelbergensis” e ao “Homo erectus“, dois “antepassados” do atual ser humano.

Estas ferramentas têm, pelo menos, 130 mil anos, mas também poderiam chegar aos 700 mil anos, garante o Ministério grego em comunicado.

Apesar da contínua pesquisa da pré-história em Creta, berço da civilização minoica, até pouco tempo não havia nem sequer provas de que tinha sido habitada antes do período neolítico (7000-3000 a.C.).

Segundo o Ministério, as descobertas são “o indício mais antigo da navegação marítima”.

“Os resultados não só demonstram a existência de viagens por mar no Mediterrâneo milhares de anos antes do que sabíamos até hoje, mas também alteram a avaliação das habilidades do homem”, acrescenta o Ministério. (Fonte: Yahoo!)

Extraído de Ambientebrasil