segunda-feira, 28 de junho de 2010

USP lidera ranking de publicações ibero-americanas

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USP lidera ranking de publicações ibero-americanas
21/6/2010

Por Fabio Reynol

Agência FAPESP – A Universidade de São Paulo é a instituição de ensino superior que mais publicou artigos científicos no período de 2003 a 2008 entre os países ibero-americanos, segundo ranking recém-divulgado.

A instituição paulista produziu 37.952 artigos no período, de acordo com o SCImago Institutions Rankings (SIR) 2010, produzido por um grupo de pesquisa sediado na universidade espanhola de Granada e que reúne pesquisadores de instituições na Espanha, Portugal, Argentina e Chile.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ocupa o terceiro lugar, com 14.913 artigos, depois da Universidade Nacional Autônoma do México, com 17.395, e à frente da Universidade de Barcelona (14.742).

Entre os dez primeiros da lista ainda figuram duas outras instituições de ensino superior brasileiras, a Universidade Estadual Paulista (Unesp), em sexto lugar, com 12.270 artigos publicados, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em sétimo, com 12.133.

Completam a lista das dez mais a Universidade Complutense de Madri (em 5º, com 12.315 artigos), a Universidade Autônoma de Barcelona (8º, com 10.911), a Universidade de Valência (9º, com 10.107) e a Universidade Autônoma de Madri (em 10º, com 9.755).

Essa classificação é apenas uma maneira de apresentar os resultados, não quer dizer que uma universidade seja melhor do que a outra porque produziu mais papers”, ressaltou Borja González, diretor de comunicação do SCImago, à Agência FAPESP.

O ranking tem como base os registros da Scopus, produzida pela editora holandesa Elsevier e considerada uma das maiores bases de dados científicos do mundo, englobando mais de 20 mil periódicos especializados.

Foram contabilizadas apenas as produções científicas oriundas de instituições de ensino superior e que publicaram pelo menos um artigo durante o ano de 2008.

O Brasil apresentou o maior número de universidades avaliadas (109 do total de 607), seguido por Colômbia (89) e Espanha (85). Juntos, os três países englobam quase a metade das instituições no ranking, que incluiu 28 nações.

No caso da Colômbia, González explica que o país tem um grande número de pequenas instituições de ensino superior, o que explicaria a quantidade de entidades do país na lista.

“Mas as universidades mais produtivas se concentram na Espanha e no Brasil. O primeiro tem 43 entre os 100 primeiros colocados do ranking e é seguido pelo Brasil com 27”, disse.

Ao se considerar apenas os países da América Latina e do Caribe, o Brasil tem mais três universidades entre as dez primeiras: as federais do Rio Grande do Sul (com 8.971 artigos), de Minas Gerais (8.107) e de São Paulo (com 7.148 artigos na Scopus no período analisado).

Para Vahan Agopyan, pró-reitor de Pós-Graduação da USP e membro do Conselho Superior da FAPESP, o primeiro lugar é resultado de um trabalho de longo prazo no sentido de priorizar a produção de conhecimento e defender a ideia de que a USP é uma universidade de pesquisa. “Temos um posicionamento bem claro no sentido de não apenas divulgar o conhecimento, mas também desenvolvê-lo”, disse à USP On-line.

Marco Antonio Zago, pró-reitor de Pesquisa da USP, atribui o destaque alcançado pela universidade a um sistema de fomento forte e competitivo que vem sendo aplicado no Estado de São Paulo desde a década de 1970.

A Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, segundo Zago, está envolvida em estimular e dar apoio aos docentes que solicitem financiamento de agências, em especial da FAPESP.

“Na FAPESP, os projetos são submetidos a um processo de revisão por pares bastante exigente e competitivo, uma garantia de qualidade. Estamos oferecendo um estímulo de R$ 10 mil a todos os docentes admitidos na USP desde o início de 2008, desde que submetam um pedido de auxílio à pesquisa à FAPESP”, disse Zago.

Desequilíbrio

Juntos, Brasil, Espanha, Portugal, México, Argentina e Chile respondem por cerca de 90% da produção científica ibero-americana de 2003 a 2008, de acordo com o SCImago Institutions Rankings.

Além da produção científica, o grupo de pesquisa espanhol também avaliou outros aspectos, como o grau de colaboração internacional de cada pesquisa. Para isso, os avaliadores contabilizaram quantos trabalhos foram assinados por autores de diferentes nacionalidades.

Nesse quesito, Espanha e Portugal ficaram com as melhores médias. Na análise apresentada com o ranking, os investigadores justificaram o quesito ao indicar que o grau de internacionalização contribui para melhorar a visibilidade e o impacto científico das instituições.

Segundo Agopyan, a USP tem incentivado relações de seus pesquisadores com outros países. “Temos promovido cada vez mais a internacionalização e tomado medidas mais pró-ativas junto aos programas, ajudando-os a apoiar a mobilidade de professores e alunos”, disse.

O SCImago também calculou a quantidade de citações que os trabalhos científicos tiveram nas bases da Scopus para formar o indicador de qualidade científica CCP. Trata-se de índice comparativo com a média mundial de citações. Um CCP de 1,2, por exemplo, significa que a instituição é citada 20% mais vezes que a média mundial; se o índice é de 0,6, os trabalhos receberam 40% menos citações que a média mundial.

Esse número varia de acordo com a área do conhecimento, pois, de acordo com o diretor do SCImago, as diferentes áreas não apresentam a mesma quantidade média de citações.

“Em biomedicina, um artigo pode receber dez citações e outro de ciências sociais, apenas cinco. Porém, se a média mundial de citações em biomedicina for dez e a de ciências sociais for duas, esta última terá um CCP maior”, exemplificou González.

Nesse indicador, as universidades espanholas e portuguesas também saíram na frente. A média do CCP das universidades brasileiras com maior produção científica foi de 0,80.

“As universidades brasileiras podem ter menos visibilidade internacional do que as espanholas ou portuguesas, mas é importante notar que a pesquisa científica no Brasil tem crescido de maneira extraordinária até nas pequenas universidades”, disse González.
Outro indicador avaliado, chamado “primeiro quarto”, retrata o porcentual dos trabalhos que foram publicados no grupo formado por 25% das publicações mais bem avaliadas pelo ranking.

González contou que as análises dos rankings anteriores apontaram que, quanto mais uma instituição publica nas melhores revistas, mais cresce também o seu número total de publicações.

“Isso pode parecer trivial, mas não é. É esse número que auxilia os gestores das universidades na hora de decidir sobre os sistemas de incentivo e de recompensa aos pesquisadores, caso o aumento da visibilidade da instituição seja uma prioridade”, disse.

Esse sistema de aprimoramento contínuo da qualidade das pesquisas é uma das prioridades da USP, segundo Zago. “Essa excelente classificação se refere apenas ao número de publicações, o que de certa forma é influenciado pelo tamanho da USP. Estamos tomando medidas para manter essa produção elevada, mas também dedicando muita atenção à necessidade de melhorar nossa qualidade”, disse.

Mesmo estando atrás de Espanha e Portugal em alguns quesitos, o Brasil tem apresentado um crescimento em sua pesquisa científica acima da média mundial, segundo o diretor de comunicação do SCImago.

“O Brasil é um caso fascinante na ciência mundial. O crescimento científico brasileiro é fantástico e está criando uma boa estrutura de pesquisa em todo o país. Isso é notório nas grandes e nas pequenas universidades, que também crescem mais rápido do que as pequenas de outros países”, disse González. Segundo ele, a tendência é que as diferenças entre grandes e pequenas instituições de pesquisa no país se tornem cada vez menores.

Mais informações e o ranking completo: www.scimagoir.com

Extraído de Agência FAPESP

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Saramago está na Ilha Desconhecida

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Uma Leitura do “Conto da Ilha Desconhecida”, de José Saramago*

Por Sonia Camatta**


O Rei, que também é Rainha, somos nós, é o nosso Ego. Ele reina (até quando?) sobre o conjunto formado por todas as nossas “partes”. Ele reina enquanto o Amo, o Senhor, o Eu verdadeiro não vem. O suplicante, o homem que diz “Dá-me um barco” é o mensageiro do Amo, Senhor ou Eu verdadeiro. Em princípio, é frágil, infantil, sem poderes, diante do todo poderoso Rei-Ego, porém determinado. Dentro do Reino há muitos suplicantes, que vêm pedir coisas como comida, água, impressões (visuais, auditivas, olfativas, táteis, gustativas), sexo, honrarias, dinheiro, poder, etc. Todos batem à porta das petições. Há sempre alguém batendo nessa porta dentro de cada um de nós. Há outras portas, como a dos obséquios, a preferida do Rei-Ego. O Ego odeia dar e adora receber elogios, presentes, agradecimentos, o que seja. É fácil perceber dentro de nós o bater insistente dos pedintes, à porta das petições. No meu Reino o suplicante – o Eu – não veio pedir um barco, porque tendo nascido em Angustura, Minas Gerais e não conhecendo o mar, ele veio pedir ao Rei que lhe indicasse a Porta que se abre para o caminho que levará para fora dos domínios do Rei, para que encontre a Terra Desconhecida. Essa Terra Desconhecida é o verdadeiro Reino. O pedido do meu suplicante, é, pois, um Caminho. Mas, só há um jeito de qualquer suplicante – EU ser atendido: deitar atravessado na porta das petições do Rei e bater insistentemente, atormentá-lo, não lhe dar tréguas. E assim foi.

A mulher da limpeza, quem é ela? Há muitas interpretações para a presença feminina dentro do Reino ao lado do Rei. Ela é o lado direito do cérebro, do nosso cérebro, é a parte feminina e, como tal, como vivemos num mundo ainda patriarcal e ainda machista, ela é sempre destinada a tarefas menores – servir, limpar, lavar, passar, cozinhar, costurar. Ela é o “eu faço”.

E quanto ao diálogo do Rei com o suplicante que queria um barco? Duas frases se sobressaem: “A ti Rei, só te interessam as ilhas conhecidas”. O Ego só procura o que está na periferia. O centro, o interior, não é seu território. A Ilha Desconhecida é a metáfora do centro, do interior, da essência. A propósito dessa ilha, o pedinte disse: “Talvez essa não se deixe conhecer”. Nada é mais difícil do que chegar a essa ilha ou atravessar a porta e encontrar o caminho que leva para fora dos domínios do Rei – Ego.

O que significa: “Só estava a mulher da limpeza a olhar para ele com cara de caso”. A mulher da limpeza (o lado direito do cérebro, a parte feminina do ser), vê com alegria o suplicante que pede um barco ou um caminho. Tanto que virou-se e “saiu pela porta das decisões”, a porta mais difícil de ser cruzada, “mas quando o é, é”. Quantas vezes já passamos por ela? Eu, apenas duas. Para se cruzar a porta das decisões é preciso dar-se conta, de repente, do absurdo de uma vida de rotinas inúteis, de vazios, de mediocridade, de mesmice, de egocentrismo, de superficialidade. É muito difícil deixar o conhecido pelo desconhecido, mas, do lado de fora da porta das decisões está o caminho para a Ilha Desconhecida.

“Tem carta de navegação? Aprenderei no mar”. Sim, não é preciso tê-la, aprendemos no mar, da mesma forma que o caminhante aprende no caminho. “Saí do palácio pela porta das decisões”. Só por ela se pode sair. A intuição da mulher da limpeza fez com que ela descobrisse o barco antes do Homem. Em relação à profissão, ele diz: “Tenho, tive, terei se for preciso, mas quero encontrar a Ilha Desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver”. “Se não sais de ti, não chegas a saber quem és”. “... que é necessário sair da Ilha para ver a Ilha, que não nos vemos se não saímos de nós próprios”.

O caminho para sair de nós... há tanto tempo o procuramos. “Um pão, queijo-de-cabra, azeitona, vinho”. Eis a refeição perfeita, completa, mediterrânea, sábia, grega, cretense, romana, turca... Com uma refeição dessas, nada mais é preciso, além do céu sobre a cabeça e a terra sob os pés. Esse alimento, sua forma, cheiro e gosto, nos remete às origens do homem ocidental. Todos os povos do Mediterrâneo são irmãos: um só povo, uma só cultura, uma só música, dança, vinho, pão, coração...

“Nunca me riria de quem me fez sair pela porta das decisões”. Tem grande importância para nós aquele ou aquela ou aquilo que nos deu coragem, ou nos empurrou pela porta das decisões.

A mulher da limpeza tentou seduzir o Homem que queria o barco, mas aquele ou aquela que quer encontrar a Ilha Desconhecida ou o caminho só tem olhos para isso e perde o interesse pelo sexo e por tudo o mais. “A mulher dorme a poucos metros e ele não soube alcançá-la”, quando é tão fácil ir de bombordo a estibordo. Há outra leitura para essa parte: dentro de nós há um Homem e uma Mulher; um a bombordo, outro a estibordo, um à direita, outro à esquerda. Em alguns de nós, esse encontro dos dois nunca se dá.

“Ocupam-se nas suas coisas de mulheres, ainda não chegou o tempo de se ocuparam doutras”. O tempo do lado direito do cérebro, o tempo feminino está chegando agora. Esse milênio será dominado por ele, isto é, por elas. Mas será preciso evitar outro desequilíbrio, outra desarmonia, porque só com os dois hemisférios cerebrais é possível chegar-se à Ilha Desconhecida.

Por que o barco começou a se comportar como se fosse a própria Ilha Desconhecida? Terra, plantas, germinação, aves, ninhos, searas, colheitas... Por que? Porque a viagem para a Ilha Desconhecida já é a chegada.

Por que muito tripulantes e marinheiros resolveram e exigiram descer na “primeira terra povoada que lhes apareça”, que tenha um porto, uma taberna, uma cama... uma ilha do mapa? Porque dentro de nós há personagens prontos a saltar e acampar no conhecido. Eles estão sempre prontos a trair o sonho do suplicante de encontrar a Ilha Desconhecida. São os personagens do Ego.

E o que podemos esperar da Ilha Desconhecida, caso a encontremos? O que podemos esperar de Ítaca, Shangri-lá, Avalon? Nada. Segundo a tradição sufi, nada, porque ela já nos deu tudo: deu-nos a viagem, a jornada e tudo o que ela representa. A viagem, o longo caminho de volta nos faz ricos e sábios. Sem a Ilha Desconhecida seríamos para sempre prisioneiros nos domínios do Rei-Ego. A Ilha Desconhecida já é o nosso Eu a procura de si mesmo.


* Título original da Autora.

**Sonia Maria Marinho Camatta
Professora
Centro Universitário de Barra Mansa – UBM
Comissão Própria de Avaliação - CPA do UBM
Rio de Janeiro - RJ


  • A SEAF agradece a Sonia Camatta a gentileza de emprestar sua reflexão (desde 1992) para que pudéssemos deixar uma homenagem a José Saramago.

  • As cinzas do Nobel de literatura português José Saramago, morto no último dia 18 (de junho de 2010), permanecerão em um jardim em frente à fundação mantida pelo escritor em Lisboa, na Casa dos Bicos, segundo anunciou nesta sexta-feira (25) o prefeito da cidade, Antonio Costa. (G1.Globo)
José Saramago, em foto de Sebastião Salgado
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terça-feira, 15 de junho de 2010

Metodologia e Redação Científica

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Em busca de citações
10/5/2010
Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Resultado de 25 anos de dedicação ao estudo da redação e metodologia científica, o livro Dicas para redação científica, de Gilson Volpato, tem o objetivo de fornecer ao leitor os principais caminhos para a produção de artigos científicos que tenham impacto internacional. A obra acaba de ter lançada sua terceira edição revisada, ampliada e atualizada.

“A preocupação geral no livro é mostrar aos leitores os principais conceitos que devem balizar a estruturação de um artigo científico. Mas não se trata da produção de um artigo qualquer e sim da construção de um texto que maximize as possibilidades de ter impacto na ciência internacional, vencendo o preconceito científico. São dicas para escrever artigos que sejam mais encontrados, lidos e citados”, disse o autor à Agência FAPESP.

O professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp) vem há anos apresentando cursos sobre redação científica pelo país. Publicou seis livros sobre o assunto, incluindo Bases teóricas da redação científica ... por que seu artigo foi negado (2007) e Pérolas da redação científica (ou Como não fazer um artigo científico) (2010).

Segundo ele, o novo livro apresenta as bases teóricas para a construção de artigos de boa qualidade e, em seguida, exemplifica a aplicação desses conceitos com 245 dicas que percorrem todas as etapas do processo – da concepção da pesquisa até a redação final.

“Só a ciência de boa qualidade gera bons artigos. Por isso, o livro dá ênfase às bases teóricas e reflete sobre o ato de fazer ciência. A abordagem não é técnica, nem normativa: não são dicas mecânicas. O livro discute concepções de pesquisa visando à publicação em revistas de alta qualidade”, afirmou.

A primeira edição do livro tinha 84 páginas. A edição atual tem 150 páginas. Segundo Volpato, a obra foi amplamente reformulada, adquirindo uma nova estrutura e ganhando novas seções, com fundamentação teórica mais aprofundada.

“Nesta edição, abordei de forma mais ampla os fundamentos teóricos e epistemológicos do fazer e escrever ciência. Com isso, procurei fornecer uma agenda de estudo, reflexão e trabalho que deverá resultar em trabalhos científicos mais robustos”, apontou.

Os capítulos com ênfase teórica tratam dos temas “Por que não somos citados?”, “Substratos para redação científica internacional”, “Estrutura geral do artigo” e “Estrutura das partes do artigo”. Em seguida, as aplicações práticas são apresentadas no capítulo “Dicas para redação... rumo à aceitação”.

Volpato defende que os erros de redação apenas espelham equívocos conceituais sobre ciência e comunicação científica. “Enquetes feitas com editores de periódicos internacionais indicam que artigos brasileiros são recusados, por exemplo, por ter estilo inapropriado, excesso de referências, objetivos pouco definidos e objetivo restrito. No livro, discuto e contextualizo esses problemas e depois dou dicas práticas – muitas delas provenientes da experiência nos cursos que tenho apresentado”, disse.

Volpato conta que dedica boa parte de seu tempo, atualmente, às palestras. Um curso que foi apresentado em abril, na Universidade de São Paulo (USP), teve 900 inscrições em uma semana.

“A demanda é alta por duas razões. Uma delas é a carência de discussão conceitual sobre esse tema. Por outro lado, com o processo de globalização, as exigências para a publicação em revistas de qualidade começam a se fazer mais presentes”, disse.

Título: Dicas para redação científica
Autor: Gilson Volpato
Lançamento: 2010
Preço: R$ 33
Páginas: 152

Mais informações: www.bestwriting.com.br

Fonte: Agência FAPESP
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domingo, 13 de junho de 2010

Paraná tem Antologia de Textos para o Ensino Médio

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Antologia de Textos Filosóficos

A razão de ser dessa Antologia de Textos Filosóficos é proporcionar aos estudantes do ensino médio o contato com os textos dos filósofos, precisamente porque é esse o lugar onde se encontra a Filosofia.

Conteúdo

A Antologia é composta de vinte e dois textos ou excertos de textos de filósofos clássicos e um texto de filósofo brasileiro, escolhidos por sua relevância para os estudantes do nível médio.

Apresentação dos textos

Os textos selecionados são precedidos por introduções redigidas por professores universitários especialistas nos filósofos escolhidos. Essas introduções apresentam três componentes.

1 - O primeiro componente traz conteúdos de cunho biográfico, histórico e bibliográfico dos filósofos.

2 - O segundo trata das possibilidades de interpretação e problematização dos textos, em função das exigências e expectativas do ensino de Filosofia no nível médio.

3 - O terceiro apresenta indicações de leituras das principais obras dos filósofos, traduzidas para a língua portuguesa, bem como os principais comentadores e eventuais sites qualificados.

  • A Antologia também disponibiliza aos leitores um índice remissivo com os principais conceitos, filósofos, termos e correntes filosóficas.
Essa Antologia de Textos Filosóficos integra um conjunto de ações do Departamento de Educação Básica (DEB) da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR), planejadas e desenvolvidas para o retorno da disciplina de Filosofia.

Dentre as diversas políticas desenvolvidas e executadas destacam-se os concursos públicos para contratação de professores de Filosofia, a Diretriz Curricular para o Ensino de Filosofia, a aquisição da Biblioteca do Professor com títulos específicos e atualizados de Filosofia, o Programa de Formação Continuada dos Profissionais da Educação, do qual faz parte o Projeto Folhas, o Livro Didático Público de Filosofia e a Antologia de Textos Filosóficos, que além dos objetivos preconizados no projeto, concretizou uma articulação promissora entre o ensino médio e o ensino superior.

O desejo é que esse livro desafie professores e estudantes ao filosofar, às leituras e releituras, ao saudável confronto das posições e ideias, aos debates racionais e bem fundamentados, afinal, um texto é clássico somente enquanto permanece vivo e instigante, enquanto nos convida à interlocução e pode ser reinterpretado.

Jairo Marçal (organizador)
Bernardo Kestring
Eloi Corrêa dos Santos
Juliano Orlandi
Wilson José Vieira

Equipe de Filosofia do Departamento de Educação Básica

Para baixar o arquivo da Antologia na íntegra, clique sobre o título:
CAPA / ANTOLOGIA NA ÍNTEGRA


Extraído de Portal Educacional do Estado do Paraná Dia-a-dia Educação

Recebido de Vanderlei Carbonara - Coordenador do Colegiado do Curso de Filosofia - Centro de Filosofia e Educação - Universidade de Caxias do Sul, através de Filipe Ceppas e e de Dalton José Alves, na lista Filosofiasudeste-l
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quinta-feira, 10 de junho de 2010

A Representação das Mulheres no Discurso dos Filósofos

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GASPAR, Adília Maia. A Representação das Mulheres no Discurso dos Filósofos: Hume, Rousseau, Kant e Condorcet. Rio de Janeiro: Uapê, 2009


Breve comentário

Thereza Martins de Oliveira*


Adília Maia busca compreender as posições dos filósofos Hume, Rousseau, Kant e Condorcet no contexto em que viveram, (século XVIII), época da proclamação dos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade e, por outro lado, de muita repressão em relação às mulheres. Aponta e analisa os postulados filosóficos que defendem e as posturas e visões sobre a mulher.

Revela posições destes filósofos que não encontramos nos múltiplos compêndios de filosofia, a não ser em seus próprios textos. Realizou cuidadosa pesquisa nas obras desses autores para fundamentar sua análise.

Hume e Condorcet mostram-se coerentes com os postulados liberais e democráticos que defendem, e, com algumas variações em suas análises, consideram a mulher sujeito de direitos e deveres em igual condição masculina.

Rousseau e Kant contradizem suas posturas filosóficas quando enfocam que a mulher, por natureza, é um ser inferior ao homem.

Os quatro filósofos, objeto de análise da autora, baseiam-se na seguinte pergunta: o que é a natureza feminina?

Os ideais de liberdade e igualdade proclamados no século XVIII e a prioridade da razão sobre o sentimento, perpassam as posições de Hume e Condorcet que argumentam que a igualdade de direitos prevalece constatando que diferenças entre os sexos são adquiridas socialmente, logo são culturais, não naturais; ao passo que Kant e Rousseau, também defensores dos ideais de liberdade e igualdade buscam fundamentar a desigualdade de direitos na diferença da natureza inferior da mulher em relação ao homem.

Do ponto de vista didático, o texto é bem fundamentado enquanto apresenta uma breve biografia dos filósofos selecionados, o contexto político e social, e destaca dos respectivos textos trechos de suas obras sobre a mulher. Sua leitura é agradável e fluente.

A autora elabora análises objetivas calcadas nos pressupostos e afirmações destes filósofos sobre as mulheres, seus deveres e direitos sociais, no casamento, na política, enfim seu papel na sociedade.

Considero que o livro de Adília Maia Gaspar (na foto) deve ser adotado nos cursos de Pedagogia, de ensino de Filosofia para o ensino médio e graduação, pelas questões que levanta para debate em sala de aula, pelos caminhos que abre para se comparar o ontem e o hoje, em relação às posições filosóficas, antropológicas, sociais, políticas e econômicas dos homens e das mulheres.


* Thereza Martins de Oliveira é professora de Filosofia e uma Diretora da SEAF

A proposta feminista de Adília está também no Blog que a SEAF tem a satisfação de indicar como Prêmio Dardos: "Sexismo e misoginia"


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domingo, 6 de junho de 2010

Prêmio Dardos

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Com muita satisfação, o Blog da SEAF recebeu, na quarta-feira, 12 de maio de 2010, o selo do Prêmio Dardos.

O selo foi oferecido por Célio Roberto Pereira, um “Professor aprendendo a apreender”, nascido na periferia (e ainda morando nela! - Porto União, SC) autor do Blog Outra História [e que havia sido reconhecido pela Artista Plástica, poeta, fotógrafa e autora do blog Extremamente Tênue].

É um selo importante pois é reconhecimento a blogueiros/as que levam a vida a sério, também na blogosfera.

Apesar de Célio Roberto, informar que o “selo foi uma criação do Junior Vilanova, do blogue “Contatos Imediatos”, e da Olga, do blogue “Pensamentos, Ideias e Sonhos”, a SEAF visitou o “Contatos Imediatos – da poesia ao caos” e o próprio Junior Vilanova também ganhou o Prêmio Dardos de uma amiga blogueira.

Nosso “gênio” da pesquisa nos levou a “Prêmio Dardos…. e um mistério!” e também a Tracing the Premio Dardo.

Talvez o Prêmio Dardos possa ser um indemonstrável, como os axiomas ou os dogmas; ou mesmo regras de jogos. O fato é que é uma maneira de DEMONSTRAR nossa admiração e confraternizar com amigos e amigas, blogueiras e blogueiros que perseveram na transmissão de valores estéticos, culturais, éticos, libertários, de direitos, em uma palavra: de verdade; e que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto em suas letras, palavras, postagens.

E seguindo algumas regras, após o recebimento deste selo, devemos:

a) exibir a imagem do selo em seu blog;
b) postar um link para o blog que o/a escolheu;
c) escolher outros quinze blogs a quem entregar o prêmio;
d) avisar aos escolhidos.

Os escolhidos de SEAF - como forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agrega valor à Web e, especialmente, eleva cada leitor/a, visitante, seguidor/a; e ainda considerando que a Filosofia é busca do sentido da realidade - da diversidade da realidade - são, por ordem alfabética, e não sem deixar outros blogs admirados para próxima oportunidade: