terça-feira, 8 de setembro de 2009

Stressionismo, a arte de sempre...

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Manifesto do Stressionismo

O interesse do Stressionismo, não está ligado nem mesmo à própria poética do movimento (fundamentada na ausência de poética) que não pode ser considerado um movimento, mas sim um surto. O conceito imagético e iconográfico é justamente a busca pelo não conceito (o automóvel conceito de hoje, é o modelo obsoleto do amanhã). Stressionismo é o fim dos paradigmas, receitas e padrões (justamente por já vivermos numa sociedade padronizada e mecanizada) impostos à arte, por autoridades discursivas, que a ditam e impedem seu livre exercício e o seu avanço.

Stressionismo é negar a estética? É derrubar os cânones da sociedade? É um resgate das vanguardas artísticas? NÃO! Stressionismo não é a busca por uma nova estética, não é a procura de novas linguagens, signo ou simulacro; é reciclagem estética. Stressionismo é: saturação da imagem.

O Stressionismo já nasceu pré, já nasceu pós, já nasceu “neo”, já nasceu “dês”, por isso é desnecessário falar em vanguarda. Stressionismo é a arte sem receita, é mistura, reciclagem, reconstrução, é a quebra da linearidade do tempo, é a história que se funde através dos tempos, reinventando o mundo, mesclando passado, presente e futuro, no mesmo instante. Tendo como resultado uma prática de infinitas possibilidades, de correlações imagéticas, que podem perdurar por séculos em constantes mutações, numa permanente recodificação de dados.

Stressionismo é arte virtual, porque arte não se define na matéria, é estado de espírito, é limpar a arte das impurezas e devolver todos os detritos ao seu lugar habitual, é priorizar o sensitivo em detrimento do materialismo.

Se a arte tem como objetivo a contemplação, a arte stressionista não quer ser contemplada, ela só quer ser pensada. Stressionismo é contra o irracionalismo e o informalismo da arte contemporânea, que transforma o objeto artístico em algo ininteligível. Stressionismo é contra o stress.

Stressionismo é a solução? Provocação? Contradição? Divergência? O Stressionismo é a favor da crítica, porque todo artista é um crítico, porém, nem todo crítico é artista. É a arte da ação ou reação? Stressionismo é a quebra da subjetividade artística, das verdades absolutas, dos “dogmas” da arte; para se fazer valer o verdadeiro sentido e entendimento da palavra liberdade, ou não.


Vertentes Stressionistas

  • Charlatanismo Abstrato

    Fazem parte do charlatanismo abstrato, todos aqueles que se intitulam artistas e que só produzem obras estritamente de cunho comercial, utilizando-se da obra de arte somente como um produto, objetivando o fazer artístico como um modo de produção visando o lucro.
  • Dês stressionismo

    Pertencem ao grupo do dês stressionismo todo aquele que busca na arte uma forma de dessestressar-se, fazendo uso dela com terapia ocupacional ou arte-terapia.
  • Pós stressionismo

    Fazem parte do pós stressionismo, todos e quaisquer indivíduos, que possam futuramente, criar ou desenvolver movimentos artísticos, a partir do ano de 2003, devendo então exaltar o surto stressionista como a gênese, a fonte, a inspiração.
  • Stafonismo concreto

    Faz parte do stafonismo concreto, todo artista que vivencia situações de stress concentrado como: a crítica infundada, falta de inspiração, as imagens perdidas causadas por “pau” no HD, disquetes, perda da memória, e afins, filas de banco para pagamento de contas diversas, propaganda política, ônibus lotado, carro da pamonha, enlatados americanos, enfim, todo e qualquer fator que possa vir a ser um “agente stressor”.

  • A Atitude stressionista

    Abolir as telas pincéis e tintas da pintura e na gravura a matriz será considerada como obra, porque hoje já existem as máquinas de xerox e as impressoras a laser e a jato de tinta. Na fotografia, a eliminação do foco, a revelação será produzida com todas as luzes do laboratório fotográfico acesas, a fotografia stressionista é digital.

    Só será permitido no desenho o uso do mouse, que aciona o cérebro eletrônico, transformando-o em suporte.

    O stressionismo vai separar a dança da música e a música da dança. O stressionismo quer ouvir o silêncio sem deixar de ser silenciosamente barulhento.

    O stressionismo quer defender a culinária quanto arte, comer é privilegio de poucos (e a arte também!)!

    A única corrente que o stressionismo apóia é a corrente no portão durante noite.

    A filosofia stressionista é a filosofia do bar, reduto contemporâneo de discussões que permite ao artista ver dobrado e experienciar o efeito op arte, mesmo sem ter visto obra alguma.

    O stressionismo quer destruir as releituras das obras de arte, colocando no lugar a “errei a leitura” da obra de arte.

    Na escultura o stressionismo vai de encontro ao movimento estático. O stressionismo quer discutir a tridimensionalidade do bidimensional e a imaterialização do material. A imaterialidade, eliminando o discurso arbitrário da crítica de arte sobre o objeto/obra, no sentido de quebrar as regras impostas sobre a estruturação e instauração da obra de arte.

    A dissolução das fronteiras entre os suportes e as linguagens artísticas. A mistura dos gêneros artísticos, épocas e tendências, a quebra da linearidade do tempo.

    O stressionismo cancela a assinatura na obra de arte e lança a logomarca stress, evitando assim injustiças como a que fizeram a Van Gogh, que pintou mais de setecentos quadros rejeitados e hoje valem milhões por conter a sua assinatura.

    O Stressionismo cria a dia mundial da COR, onde esse elemento estará em evidência, devendo ser apreciado sem moderações dando ênfase ao vermelho, principalmente no trânsito, onde desrespeitar uma cor resulta sempre em desastre!


STRESS – O INÍCIO

O neologismo estresse ou stress foi utilizado primeiramente na Física, para traduzir o grau de deformidade sofrido por um determinado material (metal), submetido a um esforço ou tensão. O Dr. Hans Selye (médico), transpôs a palavra stress para as ciências biológicas, aplicando-a na medicina, significando-a como o esforço de adaptação do organismo, para enfrentar situações adversas ou que comprometam o equilíbrio interno do mesmo.

Hoje usamos a palavra Stress indiscriminadamente, para definir diversas sensações que temos. Geralmente sendo empregada a situações de desgaste ou negativas. Portanto é necessário ressaltar que: estresse ou Stress significa também, situações prazerosas, reações orgânicas e psíquicas de adaptação que o organismo emite quando está exposta a qualquer estímulo que excite ou o faça feliz; apreciar uma obra de arte ou produzi-la, por exemplo. Então por que não se falar em Arte e Stress?


A CRÔNICA STRESSIONISTA

No início do século XX, o francês Marcel Duchamp, inaugura o seu "ready-made" intitulado "Fontain" - um urinol assinado com vulgo de R. Mutt – O trabalho foi enviado para um importante salão de artes, manifestando sua indignação e o seu repúdio frente à ditatorial academia de artes, que até o presente momento ditava todas as regras do fazer artístico. Essa atitude subversiva, paradoxalmente transformou-se posteriormente na nova academia, fundamentada em princípios autoritários e princípios, conceitos e dogmas; tendo a Anti-Arte paradoxalmente como o grande expoente das vanguardas artísticas e da sociedade industrial. Surgem então dezenas de movimentos, condensados a condenar o passado, decretando seu confinamento e instaurando o radicalismo de seus manifestos. O Futurismo, por exemplo.

Escreveu Marinetti: “Nós declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre adornado de grossos tubos como serpentes de fôlego explosivo... um automóvel rugidor que parece correr sobre a metralha. É mais belo que Vitória de Samotracia”. Segundo o stressionismo o automóvel hoje, signo de status e poder é a maravilha que promove o caos das metrópoles, o transtorno do trânsito, a poluição ambiental, poluição sonora e mata devido à imprudência de muitos condutores. Condenou a tradição: “Nós queremos demolir os museus, as bibliotecas, combater o moralismo, o feminismo e todas as covardias oportunistas e autoritárias”.Por ironia do destino é justamente nestes espaços que encontramos toda a ação da fúria futurista, se renderam ao facismo e a mulher se tornou um signo de poder e sensibilidade e o feminismo foi uma revolução regada a igualdade de direitos. Enfim, O Dada surge como uma forma de “anarquia a anti-arte. Se o Dada não significa nada, como afirmou Tzara, o Stresionismo é contra o nada e a favor do tudo, pois o tudo também contem o nada. Em torno de toda a “irracionalidade” praticada pelo dadaísmo surge Breton, que poetiza toda a ação Surrealista (que é também influenciada pela pintura metafísica de Giorgio de Chiricco (que por sua vez também pintou naturezas mortas)).

A fuga para o irreal, distante das guerras e atrocidades que assolavam a Europa. A arte do inconsciente, o automatismo-psíquico, o onírico. O surrealismo foi baseado no sonho, o stressionismo é a falta de tempo para se dormir e atingir um estado profundo do sono necessário para se atingir o sonho, sonha-se acordado, sonha-se com o hiper-realismo contemporâneo onde real e imaginário fundem-se a todo instante. Onde um 11 de setembro ainda para muitos parece ser uma cena de cinema, onde a guerra não cessa, seja ela química, biológica, psicológica, militar, civil ou religiosa.

A segunda guerra foi um elemento de cisão na cultura e na história da arte européia, contribuindo para a fuga surrealista e levando a arte, ao [...] Surgem então Malevich , Mondrian e Kandinsky (este último que antes pintava como os impressionistas). O Suprematismo acrescentou ao mundo da arte, a suposta “supremacia” da imagem através dos quadrados de Malevich influenciando o Construtivismo Russo. Para o Stressionismo o quadrado significa píxel parte (abstrata) indispensável e fundamental para figuração. A funcionalidade e o racionalismo da Bauhaus que desencadeou hoje o chamado Design (idéias compartilhadas também pelo Purismo de Lê Cobusier e o Espirit Nouveau) levando as idéias da arte para outros segmentos da sociedade, deturpando o sentido do ato criador para longe das telas. Para o Stressionismo a função da arte não é nem mesmo a contemplação. Criar uma obra de arte hoje, para ser contemplada é como se cometer um crime.

A retomada das vanguardas da segunda metade do século XX, período do pós-segunda guerra, é novamente uma tentativa de reinvenção da arte, o período dos ‘neo’. A Pop- art chega como veículo da sociedade consumista e individualista , onde Warol afirmava erroneamente e contraditoriamente a morte da arte. Ao contrário da afirmação de Warol, para o Stressionismo a arte não morreu, mas sim se espalhou incontrolavelmente, que hoje é impossível praticamente identificá-la com um olhar superficial de mundo. Se o Minimalismo construía grandes obras (em dimensão) é o mínimo de recursos com o máximo de expressão, o Stressionismo é máximo de expressão com o máximo de recursos reduzindo a obra a um universo de imagens compactadas somente num pequeno disco.

Nessa tentativa de reinventar a arte também surge o Happening, a performance, que não passam de um teatro remodelado (não muito distante daquele em honra a Dionísio, e dos escritos por Ésquilo na Grécia antiga onde se originou a tragédia). Por falar em tragédia, nos deparamos ainda com a Land-art, como se já não bastasse o estrago causado pelo homem a natureza. A Land-art não se desloca do circuito comercial, ao contrário, vincula a sua marca aos nomes dos artistas.

Ocorrendo uma inversão de valores: à construção de obras não-comerciais, comercializadas como fotografias e filmes. Para o stressionismo o homem já interfere demasiadamente no meio ambiente, a natureza já cria suas próprias obras de arte e no Brasil essa prática de obras no meio do nada foi elaborada fora do campo da arte com a rodovia transamazônica.


CONECTIVIDADE

A Palavra “Conectividade” é mais do que um “neologismo” frente à efêmera e dinâmica comunicação a partir da suposta pós-modernidade em que vivemos. É antes de tudo estar “mergulhado” em um novo universo. O universo virtual. “A virtualização... consiste em uma passagem do actual ao virtual...” (LÉVY, 1996, p.17). virtual é potencializar todos os canais de informação, é um campo aberto a ser destrinchado. Podemos falar em conectividade nas mais distintas esferas ou segmentos em nossa sociedade, fazendo-se uso da tecnologia. O acesso a essa tecnologia vem crescendo famigeradamente dia após dia como uma infindável bola de neve que nos atinge cada vez mais a todo instante.

Hoje estar conectado significa, interagir com um mundo de possibilidades e a quebra das fronteiras geográficas, unindo pessoas e culturas. Gerando uma ruptura de padrões, que se faz necessária uma reflexão e um discernimento maior, sobre o uso coerente desses novos meios de comunicação e como se processa toda essa informação. Ou seja: esse excesso de informação tem que ser “filtrado” para se evitar um empobrecimento cognitivo no sentido amplo da palavra, para se fazer valer tudo que realmente acrescente e contribua para a evolução social, econômica, cultural e artística. No âmbito artístico tudo isso se processa de forma interativa, descolando o espectador, do estado de elemento passivo a um interventor. Hoje ele se conecta, navegando por hipertexto, estímulos auditivos e visuais, permitidos pela arte eletrônica, numa interação homem-máquina.

O computador entre outros meios serve como instrumento, veículo e ferramenta de ligação a uma nova realidade inovadora na criação. Esse novo imaginário se apresenta de forma híbrida, autônoma e distancia-se do discurso e do racionalismo exacerbado da arte moderna, indo ao encontro do experimentalismo, a desmaterialização e a desconstrução do objeto artístico, desvelando a civilização virtual. O artista contemporâneo compartilha todo o seu âmago e subjetividade, nesse processo de “virtualizaçao” em busca da quebra do sentido tempo-espaço. Assim até poderíamos imaginar como se comportariam gênios como Van Gogh operando em bits, fazendo seus corvos sobrevoarem os trigais.

Frente a todo esse novo panorama, o artista desenvolve esse papel de desvelar essas novas possibilidades, conseqüências, inovações tecnológicas e imagéticas, repletas de hibridismos (dissolução das fronteiras entre os suportes e linguagens). As imagens são produzidas agora a partir das fontes mais diversas, a arte eletrônica é o palco que se apresenta de forma múltipla e variável, complexa, instável, infinita; tornando os artistas e público, cada vez mais diversificados, sem qualquer referência a padrões estéticos pré-estabelecidos ou institucionalizados, desmaterializando a obra de arte em correntes elétricas, cálculos matemáticos.

Esse experimentalismo dos novos meios, desenvolve a chamada cibercultura, a cultura do “Remix” e da reprodutibilidade da obra de arte. Imagens, codificadas, re-codificadas, transversal e interdisciplinar em torno do pensar-fazer. Porque é esta necessidade de criar imagens, inata ao ser humano, que permite a continuarmos desenvolvendo novas tecnologias, linguagens, onde homem e máquina dialogam, interagem entre real e imaginário. Porém, por outro lado, existem outros aspectos que não são pertinentes á arte. Suas condições de produção se encontram inseridos num contexto social e político, sujeitando a um conjunto de pressões (stress).


O VELHO DE NOVO

Podemos dizer então que a tecnologia contribui para a formação do novo, seja ele estético, cultural, temporal, social. Mas a investigação sobre o novo, não se constitui somente em função da tecnologia ou da arte. Para os cidadãos cosmopolitas, padronizados através de uma sociedade baseada no consumo, e nesse sentido, o novo também reflete no comportamento da metrópole, em seu cotidiano.

Para melhor esclarecer esse pensamento sobre o novo é preciso citar exemplos ou situações desse comportamento. Tomando como base, por exemplo, a moda, ou melhor, o “estar na moda” ou seguir uma determinada tendência.

Como produzir um novo modelo de sapato? Isto se torna um desafio, devido aos diversos modelos já inventados, de diversas formas, cores, moldes etc. Um sapato novo não significa um sapato recém-fabricado, mas sim um recém-modificado esteticamente.

Para solucionar o problema da indústria, foi criado então o 'sapa tênis'. Um misto de sapato+tênis para a mesma função. A sapa tênis demonstra uma importante realidade sobre o novo: hoje se cria o novo a partir do velho. O novo é nada menos que o velho remodelado.

O cidadão necessita desse novo para se manter na “crista da onda” da sociedade. Utiliza seu sapa tênis , devidamente adequado para sua calca boca de sino com bolso especial para transportar um telefone (que é radio, internet, tv, câmara fotográfica e video), desloca-se para a nova boate, que vai tocar em primeira mão, o novo hit do momento, uma versão techno do Elvis, em seu novo fusca (New Beatle).

Essa situação me faz constatar que o novo, não é somente exclusividade da arte e ele pode estar em qualquer parte. Hoje o sentido de maravilhoso não se dirige a uma pintura, mas a um vestido, por exemplo. Esse comportamento vivenciado cotidianamente pelos cidadãos transfere-se também para as vanguardas artísticas do século XX e um de seus grandes dilemas: Negar o passado, em nome do novo. Então uma pergunta paira sobre nossas cabeças, como seria possível criar o novo sem utilizar-se do velho?

A melhor solução abordada até agora, por alguns artistas contemporâneos, por enquanto, no meu modo vista: para solucionarem seus problemas em criação ou elaboração do novo, adotam uma estratégia semelhante ao exemplo citado da indústria, recorrendo à releitura de obras, e a movimentos artísticos, como a tendência atual da pintura o neo-expressionismo, numa constante reinvenção.

O grande destaque da mega exposição patrocinada pela Zuid Corporation, traz como grande atrativo ao público a releitura de um determinado quadro, de um determinado pintor renascentista, em forma de esculturas humanas. Na sociedade da imagem, sempre é preciso estar atento a esses pequenos, mas importantes fatores, na leitura do novo; a nossa realidade gira em torno do “velho de novo”, que pelo fato de ser tão antigo se torna novidade, principalmente para as novas gerações.

Não se pode apagar o passado, ele é parte fundamental para a constituição do novo, ainda mais quando se fala em arte. A vanguarda, na sua elaboração do novo, é extremamente dependente da história (do passado) para mover-se, embora na maioria de seus manifestos, é constante a negação deste.

P.S. – Dicionário Aurélio, pág 41.
ARTE Sf.Capacidade que tem o homem de dominando a matéria, por em prática uma idéia. (2) As artes Plásticas. (3) Os preceitos necessários à execução de qualquer arte. (4) habilidade; engenho. Profissão. (6) Maneiras, modo.(7) bras. Travessura.

Wilson Inacio

Extraído de NovaE

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Entrevista a Manoel Fernandes Neto

A arte pode ser inspirada pelo estresse do cotidiano? Um grupo capitaneado pelo artista visual Wilson Inácio acreditou que sim, e lançou o Manifesto do Stressionista, em 2007, o qual já conta com um ambiente de rede, além de inspirar diversas atuações artísticas pelo País. Wilson, que foi professor da Universidade Estadual de Londrina, nas disciplinas Crítica e História da Arte, e atualmente desenvolve um trabalho como arte-educador no Ponto de Cultura Malha Cultural e Cidadania, de Cambé, conversou com a NovaE sobre o Manifesto e sua multiplicação.

Em sua opinião, qual a relação entre Internet, estresse e arte?


Das palavras mencionadas acima, a mais antiga é arte, que sempre esteve presente nos tempos mais remotos da atividade humana, manifestando-se em sentido "especular", ou seja, é reflexo dessa sociedade que se deixa influenciar por ela, porém não como agente passivo, mas como agente de transformação social. É possível encontrar vários exemplos na história da arte. O Modernismo brasileiro, por exemplo, foi um movimento artístico que lançou os seus reflexos na sociedade, apesar de ser formado por cidadãos pertencentes às oligarquias paulistas da época, fato que difere muito dos nossos tempos atuais, pelo surgimento da Internet, que é a grande vitrine servindo de palco para as mais distintas manifestações, e tendo a arte eletrônica como o grande expoente da contemporaneidade, através de seus novos processos, meios de comunicação, etc. O estresse é o chamado "mal do século". O uso da palavra estresse é aplicado em termos genéricos, a varias atividades. E por que não ser aplicado também à arte em seus inúmeros desdobramentos? A Cibercultura ou cultura do "Remix" alia todas as possibilidades de criação artística, devido aos novos meios de produção imagética; tudo é um misto, tudo é hibrido, tudo é remix.


ARTE + INTERNET + ESTRESSE = Contemporaneidade.

Trocando em miúdos: arte (como expressão da contemporaneidade), aliada à Internet (veículo máximo da sociedade da informação). Estresse reflexo comportamental contemporâneo.


Íntegra da entrevista em NovaE

Link da figura, na figura
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