sábado, 14 de março de 2009

World Wide Web faz 20 anos e preocupa criadores


World Wide Web faz 20 anos e preocupa criadores

Sexta, 13 de março de 2009, 14h24 - Atualizada às 17h03

O aniversário de 20 anos da World Wide Web reuniu os criadores da rede mundial em Genebra, nesta sexta-feira, em uma comemoração marcada também por críticas e preocupações.

A WWW foi desenvolvida por Tim Berners-Lee e outros cientistas do Centro de Física de Partículas Nucleares Europeu (CERN), na Suíça, e serviu inicialmente como um sistema que permitia que milhares de cientistas no mundo todo ficassem em contato.




"Vago, mas empolgante"

Em março de 1989, o jovem Berners-Lee entregou a seu supervisor um documento intitulado "Gerenciamento de informação: uma proposta".

O supervisor descreveu o texto como "vago, mas empolgante" e deu autorização para que Berners-Lee seguisse em frente com o projeto.


"Havia algo no ar, algo que ia acontecer mais cedo ou mais tarde", afirmou o ex-engenheiro de sistemas do CERN, Robert Cailliau, que fazia parte da equipe de Berners-Lee.

Eles criaram a linguagem global do hipertexto - o "http" dos endereços da web - e elaboraram o primeiro browser, muito parecido com o que ainda usamos hoje em dia, em outubro de 1990.

"Tudo que as pessoas fazem hoje, blogs e comunidades e essas coisas, era o que estávamos fazendo em 1990, não havia diferença. Foi assim que começamos", conta Cailliau.

A tecnologia da WWW foi disponibilizada para um uso mais amplo na internet a partir de 1991, depois que o CERN decidiu não prosseguir com seu desenvolvimento, tomando a decisão histórica, dois anos mais tarde, de não cobrar royalties por sua criação.

Cailliau ainda se mostra maravilhado com o desenvolvimento de um meio que permite que o conhecimento seja expandido livremente, pois nunca imaginou que os mecanismos de busca ganhariam a importância que têm hoje em dia.

"Um motor de busca é muito centralizado. Já que a web é totalmente descentralizada, eu não poderia prever como as coisas aconteceriam", comenta.

Críticas e preocupações

Mas o desenvolvimento comercial da rede irrita, e muito, alguns de seus fundadores.

"Há algumas coisas que eu não gosto, como a invasão da propaganda", explica Caillau, que prefere a idéia de um "micropagamento" direto aos fornecedores de informação.

"E ainda há o grande problema da identidade, é claro, a confiança entre a pessoa que consulta e a pessoa que proporciona a página, assim como a proteção das crianças a certos conteúdos", acrescenta.

Web x Internet

Lynn St. Amour, presidente-executiva da Internet Society, explica que a web ainda é erroneamente confundida com a internet.

"A internet é uma vasta rede de redes, interconectadas de muitas formas físicas diferentes, e mesmo assim falando uma linguagem comum", afirma.

"A web é apenas uma - apesar de ser a mais influente e conhecida - de muitas aplicações diferentes na internet", explica a cientista.

Berners-Lee, o "pai" da web

Para Lynn St. Amour, "a grande realização de Tim Berners-Lee foi reconhecer o poder e o potencial da internet".

O britânico Berners-Lee, também conhecido como "pai da web", lidera hoje o World Wide Web Consortium, órgão que coordena o desenvolvimento da web. É também pesquisador do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e professor de ciência da computação na Universidade de Southampton.

Em entrevista coletiva durante a Campus Party Brasil 2009, que aconteceu em janeiro em São Paulo, Berners-Lee disse que, se mudasse algo em seu projeto, removeria os "//" dos endereços da web. "Hoje sei que não servem para nada", disse, "e tirá-los economizaria tempo e espaço, mas para isso seria preciso redesenhar todo o sistema".

Com informações da AFP
Redação Terra
fonte:

http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3632607-EI4802.html

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Tim Berners-Lee convoca participantes da Campus Party Brasil para construir o futuro da Internet

19 a 25 de Janeiro de 2009

Fotos em alta resolução também já estão disponíveis no http://www.flickr.com/photos/campuspartybrasil

Nesta terça-feira (20 de janeiro de 2009), o criador da World Wide Web (WWW) falou sobre a Web Semântica, dentro do Momento Telefônica. Em coletiva para a imprensa, Berners-Lee destacou sua preocupação de que a web funcione como infra-estrutura crítica para a sociedade



A palestra de Tim Berners-Lee “O futuro da Web – e isso é só o começo: olhando os próximos 20 anos”, no primeiro Momento Telefônica da Campus Party Brasil 2009, acabou com um recado para os mais de 6 mil campuseiros inscritos no evento. “É muito importante que a Internet permaneça aberta. O futuro está nas mãos de vocês. Se o browser que você usa não tem padrões abertos, não use esse browser. Vocês fazem a escolha. Vocês estão no controle”, finalizou o criador da World Wide Web (WWW), ovacionado pelo público.

Durante a apresentação de 45 minutos, Tim Berners-Lee primeiramente rememorou o início de seu trabalho, há 20 anos, que tinha o objetivo de reunir dados dispersos e incompatíveis, no que mais tarde deu origem a World Wide Web. Em seguida, ele se aprofundou na explicação da Web Semântica ou Internet 3.0, extensão da Internet atual que poderá permitir aos computadores e humanos trabalharem em cooperação. Ela seria capaz de organizar e usar todo o conhecimento disponível na rede de forma mais inteligente, misturando dados de fontes diferentes instantaneamente, a partir de dados abertos e linkados entre si. “A coisa mais importante quando vocês forem desenvolver alguma coisa na web é a universalidade. Você tem que ser capaz de utizá-la independentemente da plataforma, do sistema operacional, do browser ou da cultura que você esteja utilizando”, disse Berners-Lee.

Antes da palestra, o pai da WWW se reuniu com a imprensa e respondeu questões relativas aos seguintes temas:

Obama

“Uma das grandes coisas que Barack Obama já falou a respeito de tecnologia é que os dados sobre o governo estarão abertamente disponíveis, de forma acessível. Há uma nova onda de informações linkadas se espalhando por todas as áreas. O governo Obama chegou na hora certa, para contribuir com esse movimento por meio da abertura das informações relacionadas ao governo”.

Futuro

“A web é uma grande plataforma, e o importante é que é uma tela em branco, sobre a qual todos poderão fazer coisas com as quais eu nunca sequer sonhei. Há muitas coisas interessantes nascendo, como os dados linkados, a presença da web nos telefones celulares, que será especialmente importante em áreas rurais, por exemplo, onde a presença dos computadores é menor. Estamos começando uma Web Foundation, que pretende fazer da web algo conectado de forma humana. O importante para o futuro é pensar nos 80% da população que, hoje, não usam a internet: como a internet vai funcionar para essas pessoas? Uma das questões importantes para a missão da Web Foundation é que a web funcione como infraestrutura crítica para a sociedade. Por isso é importante que as universidades desenvolvam a web science, para entender tanto os aspectos técnicos quanto sociais da rede. Os telefones celulares serão muito importantes, mas a web sempre será acessada de formas diversas: às vezes eu preciso de coisas dentro do bolso, mas quando eu chego em casa quero uma tela de 52 polegadas, de resolução perfeita... O importante é que a web funcione de formas variadas”.

Web 3.0

“A Web 2.0 foi uma experiência muito frustrante para os usuários, porque eles colocam todas as informações em uma página e, quando acessam uma outra página, não podem usar aquele mesmo conteúdo. As redes sociais devem ser um sistema aberto, em que você controla seus dados, e essa informação pode ser usada por pessoas e sites diferentes. Você decide o que colocar e que uso isso vai ter, mas a partir de então é algo aberto. Essa é a visão de uma rede natural, feita de pessoas. Parte da ideia da rede de dados abertos linkados é a de ser a ‘rede de um amigo do amigo’: é uma rede de sites nos quais você concorda em ter seus dados. Você controla os seus dados, não uma empresa”.

Uso da Internet Semântica

“Hoje eu vejo a Internet Semântica como um movimento pelos dados abertos e eu encorajo a todos a colocarem seus dados linkados na Internet para que outros os possam utilizar. No futuro, as empresas e o governo irão nos fornecer os dados brutos e com eles poderemos fazer coisas fantásticas. Eles, por exemplo, não precisarão gastar com publicidade, já que as pessoas poderão fazer seus próprios catálogos a partir desses dados brutos”.

Sociedade

“Devemos tomar cuidado com novas formas de sociedade: tivemos vários exemplos desastrosos ao longo da história. O interessante é que em diferentes comunidades da rede as pessoas estão lidando com novas formas de democracia e de meritocracia: de como nós, como um grande grupo, tomamos uma decisão com base na maioria, mas também sabermos reagir quando nos damos conta que a minoria estava correta. Estou muito animado com os movimentos que tenho visto nesse sentido dentro da web”.

Crimes na Internet

“Claro que esses são assuntos que nos preocupam a todos, mas o que você vê na web é simplesmente a humanidade: com seus aspectos horríveis, outros maravilhosos. A Internet é uma ferramenta poderosa. A informação é algo poderoso, que pode ser usado para coisas horríveis ou para coisas excelentes. Mas sou otimista quanto à humanidade, porque no final das contas, quando nos juntamos para resolver os problemas, acho que acabamos fazendo mais bem do que mal”.

Segurança e privacidade

“Talvez nosso padrão mude nos próximos anos, porque uma mudança importante seria escolher especificamente para que fim será usada a informação que colocamos na rede. No futuro, será muito fácil ter acesso ao conteúdo, mas uma empresa não poderá utilizar essa informação para um fim indevido”.

Internet provida pelo governo?

“Nos EUA, eu tenho a opção entre diversos provedores comerciais, um deles que leva fibra ótica até minha casa. Em outros países, as pessoas podem decidir que o governo seja o provedor, mas tem a ver com a cultura de cada lugar. Mas eu gosto do sistema que permite a concorrência comercial e a escolha da empresa que eu quero oferecendo conteúdo”.

Interatividade na Internet 2.0

“A Internet pode ser muito mais interativa. No momento em que os dados forem abertos, a Internet vai poder se alimentar muito mais de aplicativos e vai se tornar muito mais poderosa”.

Twitter

“É uma nova forma de comunicação. Hoje há tantas coisas fascinantes na Internet que eu não tenho favoritos. Sempre que há uma novidade, uma coisa que é a mais quente do momento, pode ter certeza que há outra logo atrás, chegando para tirar seu lugar”

fonte: http://www.campus-party.com.br/index.php/release-5.html

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Frances E. Allen - Prêmio A.M.Tuning 2006

entrevista 2008 - em inglês - AQUI


Campus Party Brasil 2009 está mais feminina

Na edição passada da versão brasileira do maior encontro de Internet do planeta, as mulheres correspodiam a um quarto dos participantes. Hoje, são 32% dos amantes da cibercultura

Seis mulheres participaram da construção do primeiro computador digital eletrônico de grande escala, o ENIAC, nos Estados Unidos: Kathleen McNulty, Frances Bilas, Betty Jean Jennings, Elizabeth Snyder, Ruth Lictermann e Marlyn Wescoff. Durante a Segunda Guerra Mundial, elas, como muitas mulheres, faziam cálculos balísticos, e, como eram muito boas em matemática, foram chamadas para participar daquele projeto, em 1945.

“Historicamente, deixou-se de lado a participação da mulher na ciência e na tecnologia”, diz a feminista Anna Frank, que, entre flores e objetos em roxo, montou um mural que homenageia essas e outras mulheres na Campus Party Brasil 2009. Na segunda versão brasileira do maior encontro de Internet e cultura digital do planeta, porém, as campuseiras estão dando a volta por cima: a presença feminina no evento cresceu de 25%, em 2008, para 32%, na atual edição.

É por meio de seu blog que Anna leva adiante sua causa de defesa dos Direitos Humanos da Mulher. “Me perguntaram porque eu estou na Campus Party falando de feminismo e o que isso tem a ver com o evento. Disse que o evento não é só para fazer robô, essas coisas. Não! Eu posso usar essa tecnologia, como a dos blogs, para me comunicar com as mulheres do todo o mundo”, explica a autora de uma enquete que mostrou que as áreas de maior interesse das mulheres na Campus Party 2009 são, empatadas, software e games, seguidas de fotografia e blogs. “Vi até uma garota consertando um computador, com solda e tudo”.

Mulheres temáticas

A gaúcha Alissa Gottfried, que dará pelo menos quatro oficinas sobre arte gráfica e comunicação com software livre, segundo o modelo Barcamp – no qual as discussões acontecem sem uma programação formal e com participação ativa do público – acredita que a atuação feminina nas diversas áreas da Campus Party tem sido bem efetiva. A participação da Linux Chix, grupo de mulheres que usam Linux, é um exemplo disso. “É legal convidar para o evento um grupo que junta o movimento feminista com o movimento do software livre”.

Apesar de ampla, a presença das garotas não é homogênea em todas as áreas da Campus Party. Anna Silva, 25 anos, estudante de Designs Interiores, Michelle Rodrigues, 23, técnica de informática e Vanessa Dias, 19, estudante de Ciências da Computação, têm em comum o fato de serem parte do grupo de Jogos da Campus Party. Segundo elas, das cerca de 50 pessoas que compõe o clã de Games da NV (famoso fórum de tecnologia), somente cinco são mulheres.

“Existe um preconceito por parte das mulheres, que acham que não jogam tão bem quanto os homens. Mas a gente está aqui justamente pra quebrar isso”, diz ela, que faz questão de frisar que vem ao evento por uma questão de paixão pessoal. “Estamos aqui porque gostamos de jogar videogame mesmo, não por influência de namorado ou irmão”. Michelle conta que as competições acontecem de igual pra igual, sem qualquer vantagem para determinado sexo. “Jogamos tão bem quanto os garotos, e muitas vezes eles tomam ‘chineladas’ da gente”.

fonte: http://docs.google.com/Doc?id=dc42xc8k_0gdvqsc8r

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