terça-feira, 3 de março de 2009

E se Obama fosse brasileiro?

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E se Obama fosse brasileiro?
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por Heloisa Pires Lima*

Atualizado em 21 de janeiro de 2009

  • "E como lá no fundo o privilégio seleciona muito bem o que reconhecer na realidade, é recorrente surgir em momentos de inversão de poder certas associações que desqualificam, quase imperceptivelmente, a conquista. O texto de Mia Couto traz para a comemoração o imaginário de uma África incapaz para a democracia. De certa forma, a vinculação com sinais negativos retoma a descrença para o filho de africano negro. Mas como a história é implacável em suas dinâmicas, Obama não está fora do lugar que lhe é de direito e de vontade pois expressa a face de uma demanda coletiva. Talvez por isso se cerque de toda a simbologia que o legitima."

E então me chega às mãos um texto de um escritor moçambicano, Mia Couto, intitulado: "E se Obama fosse africano?" [link no final]. O panorama que o meu colega aponta, retoma uma crítica severa aos governos totalitários, vigorosos, indubitavelmente, no continente do autor. Li e reli até identificar no mote de idéias que relaciona o eleito Obama e a África algo que me incomodou.

Compartilho com a afirmativa do autor: o mundo rejubilou-se com a vitória de Obama. Mais do que a realidade política presente no evento, ou mesmo o desempenho futuro, foi a simbologia incrustada no candidato, a grande vencedora. Parte da emoção envolvida na torcida pareceu a daqueles que assistem a uma virada de séculos de racismo, como se testemunhassem a reparação de uma injustiça, ou presenciassem o instante de uma transformação. Prevalece a tendência de opiniões satisfeitas com o resultado, como se uma brisa de legitimidade, tão rara, ressurgisse na face da História. Certamente, muitos o festejaram sentindo o mesmo poder representado por Obama. Tenha sido eleitor negro ou não, foi expressiva a vibração pelo franzino, porém elegante negro. E não foram poucos. A bandeira do "nós podemos" pareceu bastante eficaz pelo "Nós" e pelo poder assim redistribuído. Afinal o eleito conseguiu representar o estarmos todos Unidos? Não apenas internamente, mas até na possibilidade de uma reconstrução da imagem americana.


E o mundo parece ter melhorado com o feito de uma família negra na Casa Branca. Como a saga do herói que carrega o trauma da própria história para superar, dessa vez o protagonista produziu uma narrativa mítica de dimensão planetária. Reconheçamos o mérito da empreitada. Trata-se do triunfo de um candidato negro, mas não qualquer candidato. Foi toda a peculiaridade de Barack Hussein Obama II que ofereceu aos inúmeros aspectos da campanha eleitoral, muitos inovadores, as explicações para a medida certa que angariou confiança e expandiu o eleitorado. A cada desafio, ele se mostrou competente assegurando os objetivos, ou seja, a vitória. Até mesmo administrar a rejeição maior: o medo e a culpa de gerações descendentes dos que sofreram e causaram o martírio africano.

Mas retomemos a indagação central de Mia Couto. E se Obama fosse africano? Pois ele é africano por descendência direta. E esta origem, ou mesmo a indagação do escritor, foi nuança relevante no mosaico formado pela história de Obama. Há como elementos dessa simbologia, uma paternidade ausente que imediatamente remete ao percurso singular de mães americanas, européias ou de outros continentes que assumiram os filhos gestados fora da África. Na trajetória dos migrantes africanos protegidos pelo feminismo a associação foi adquirindo contornos geracionais como vestir-se de hippie, intelectual de esquerda, até a face do chamado empoderamento conquistador de acessos sociais, inclusive o de ser a versão negra de um modelo kennediano para a América.

E então, o que provocou meu incômodo no texto de Mia Couto que também compõe este momento? Justamente o que ele seleciona para seus comentários acerca do evento na América cujo protagonismo de um descendente de africano lhe inspirou. Trata-se de um texto entre tantos que circulam na internet sobre a eleição. Este, acredito estar entre os que buscam associar a conquista de Obama a algo que, subliminarmente, a desqualifica.

Vejamos:

1 - Ao se referir ao canditado que se tornou presidente dos EUA, o autor elenca uma série de governos e situações eleitorais em África. Ao citar as trágicas ditaduras espalhadas pelo continente, Mia Couto privilegia a exposição de certa vertente entre os sistemas instaurados. Da leitura saímos com a idéia reforçada de uma África incapaz politicamente. É fato a correspondência com a realidade das nações ainda se constituindo em África. Todavia, parte dela. Por que cristalizar a imagem de ser assim o todo? Pois, a despeito de um período curto das independências há processos de transição bem sucedidos. O argumento ao tornar homogênea uma "evidência" africana esconde outra. Afinal há diferenças no bloco. Mesmo Moçambique é um país que tem conseguido assegurar certa recuperação econômica e reconciliação política depois de uma prolongada guerra civil. Senegal também não tem história recente fundada em golpe militar. Botswana nunca assistiu a um golpe de Estado e tem realizado eleições multipartidárias regulares desde a independência em 1966. E a importância de Alpha Omar Konare para o Mali?

Estas são algumas soberanias tão reais quanto os totalitarismos enfatizados por Mia Couto. Outro dado a considerar, são os resultados do inquérito, que decorreu entre 1999 e 2006, em 18 países, divulgados no âmbito das comemorações do mais recente Dia de África. Nos últimos oito anos, segundo o informe, registaram-se nos 18 países analisados quatro tentativas de alterações constitucionais para permitir a prorrogação de mandatos presidenciais, e que apenas na Namíbia tiveram sucesso. Na Zâmbia (2001), Malaui (2002) as tentativas também fracassaram. Realizado em parceria com o Instituto para a Democracia na África do Sul (IDASA), o Centro para o Desenvolvimento Democrático do Gana (CDD-Gana), e a Universidade do Estado do Michigan (MSU), nos Estados Unidos, o estudo aferiu, ainda, que mais de 90% dos africanos rejeitam a autocracia, ou seja, são avessos a governos anti-constitucionais. E transições atualíssimas como a que ocorreu em Gana? Em dois turnos, o resultado do primeiro deu o candidato governista, Nana Akufo-Addo, com 49,13% dos votos tendo Atta Mills na disputa com 47,92%. A pequena diferença levou a corte eleitoral a recomendar um segundo turno, o que foi considerado impecável pelos observadores internacionais. Não estou aqui questionando a sensibilidade e os motivos do brilhante autor, mas procurando chamar a atenção ao que se dá visibilidade quando a referência é a África. A articulação da notícia e da análise, nessa circunstância os comentários de Mia Couto, me exigem a observação do visível e invisível que também atribui qualificações ou desqualificação ao avaliarem os processos na região. A linha de pensamento do texto me leva a perceber uma dupla desqualificação: reiterar uma incapacidade africana e alertar para os corruptos e autoritários que, de certa forma, retiram parcela da confiança alastrada por Obama. É como comer um doce ouvindo a pecha de que vai engordar.

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- Mia não esquece mas, é sempre bom enfatizar a aula de gestão política proferida no modelo de democracia de Nelson Mandela. E não apenas para a África. Quantos anos teve Mandela que lutar contra o regime britânico e de outras histórias políticas européias em seu território? Mesmo retomando a sempre urgente condenação das elites africanas que usurpam o poder, não se pode esquecer o processo de terem sido colocadas por sistemas imperialistas, escravagistas e formas inescrupulosas entre setores que regem as economias. Senão, acabamos induzindo a percepção de serem exclusivamente de responsabilidade africana. Veja o caso do relacionamento político e econômico entre o conflito em Darfur; armas em troca do petróleo sudanês para a China, tão evidente e exemplar das atuais formas globalizadas de relações de força.

3 - A questão da democracia africana com toda a complexidade que o tema pode oferecer tem algumas verdades incondicionais à reflexão: a institucionalização recente das "nações" africanas. As tragédias políticas não são exclusividades do continente negro. E, especialmente há processos que mereceriam mais aliados na divulgação de suas lutas em prol do bem comum. Por que é recorrente esquecer a vitalidade de muitos contextos africanos? Há para memória a militância da queniana Wangari Maathai, que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 2004, como ativista política e ambiental. Assim como ela, quantos acertos não poderiam ser fortalecidos caso fossem notados por renomados intelectuais? É indiscutível a força de imaginários sociais atuando sobre as identidades. Ressaltar apenas uma ou outra condição, dificulta a compreensão da densidade desses processos. E evidenciar apenas uma delas pode fazer a diferença naquela realidade.

4 - E já que o texto de Mia Couto procura elucidar a cor de Obama, recaindo na disputa entre ser negro ou mulato em África, retomaria no mérito do candidato a realização de uma das travessias mais brilhantes e talvez decisiva para o que conquistou. Na narrativa que construiu para si, não coube o discurso xenofobista polarizado em brancos e negros. Aliás, o cerne das mensagens fizeram prevalecer a lógica da aliança entre as partes; aquela que projeta o engrandecimento do todo. Esta é uma sapiência atemporal e capítulo dos ensinamentos acerca das relações de poder. Aliás, foi esta a estratégia política dos antigos dielis(1) do império do Mali, uma espécie de conselheiros dos soberanos que obtiveram sucesso com experiências "confederadas" antes do século XVI, em África. Pois é, a mesma África possui dinâmicas próprias de representatividade muito pouco rememoradas.

Mas ainda salientando a cor de Obama, não houve jornal no mundo que não desse na capa a manchete: o primeiro presidente negro dos EUA. Obama é negro para todo o mundo. Já ele mesmo, durante toda a campanha, menos apontou as nuanças de pele e sim promoveu uma afirmação muito mais significativa: ele é sua família negra (que a mulher e as filhas são negras, ninguém tem dúvida).

5 - Se Obama não falou em seus discursos da condição particular de ser negro, os gestos, conduzidos com astúcia, afirmavam o tempo todo a sua negritude. Entre ser americano e ser negro americano e ainda no território das simbologias, nesse momento, a América enfrenta a própria decadência como ícone. Na definição interna, os mesmos yankee sentiram a vida se voltar para a crença de serem os salvadores do planeta, justamente com a onda Obama. Remédio talvez amargo para alguns, pois assistimos a vitória só se definir no finalzinho da campanha. Mas Obama se mostrou o tempo todo americano. O empreendedorismo contido na biografia do eleito reforçou o mito tão singular àquela cultura. Porém, sem esquecer a história racista daquele país.

6 - Ele não se apresentou como candidato com foco exclusivo na população negra, o que daria incoerência a lucidez política que acompanhamos. Mas, o gesto que arrematou o processo, o discurso da vitória, da escolha do local à sutileza que já lhe atribuiu ares de grande estadista, esteve em citar, na primeira apresentação pública após o pleito, Ann Nixon Cooper de 106 anos; conduzir a história geral e a particular sem negar uma ou outra é um princípio para ser evidenciado em análises, sejam sobre as Américas, sejam sobre as Áfricas. Obama pontuou o fato da eleitora negra de Atlanta, ser de uma geração depois da escravidão, que não podia votar por ser mulher e pela cor de sua pele. Por meio dela também recordou os ônibus de Montgomery, as mangueiras de irrigação em Birmingham e o pregador de Atlanta. O discurso do Obama eleito realizou um recorte sobre a particular história negra norte-americana, embora sempre complementado pelo bordão, “nós podemos”. Dessa vez o "nós" que promove uma reunião aponta para o enfrentamento de um ponto nevrálgico da história e cultura norte-americana. A escravidão africana é um transtorno para psiquismos de descendentes que se imaginam de escravizados a escravizadores, ou seja, é genético.

E para a superação desse trauma coletivo a aula e o legado das políticas afirmativas norte-americanas ajudaram a fortalecer a gramática dos direitos civis indo além de uma igualdade abstrata. A eleição de Obama auxilia no reconhecimento de processos de alternância de poder que não foram fruto do acaso e nem mudanças oficializadas como mérito de pequenos grupos. A história negra norte-americana expõe um debate lá publicizado, mas que é desejado por muitos movimentos sociais de outras plagas. Há nesses argumentos algo que também faz sentido para demandas locais.

Por isso, a vitória de Obama ao possibilitar uma alternância de poder, acena os estatutos de convivência no planeta para além da lógica do confronto insano entre diferentes. E até que ponto essa mensagem pode interferir em contextos africanos? Vamos acompanhar, já de imediato, o espaço que o continente receberá nas determinações da secretária Hillary Clinton. E, mais sutilmente se a representatividade da figura de Obama influenciará o jogo político do continente. Observemos o Quênia, por exemplo.

E, finalmente, parodiando Mia Couto em suas inconclusivas conclusões:


Como a eleição de Barack Hussein Obama II remete a várias Áfricas? As da diáspora, ou seja, a dos africanos que lidam com a condição de migrantes. O nome muçulmano tatua uma história tão desafiadora do islamismo contemporâneo na região. O nós podemos talvez auxilie a urgência em se perceber uma África que produz suas próprias respostas na solução de seus próprios problemas. Todavia sem permanecer segregada de demais instâncias mundiais. De novo, é importante reverberar os instantes de vitória e não apenas e tão somente fracassos sob a égide da incapacidade determinista. Ao contrário, a urgência é destacar iniciativas em todos os aspectos da vida africana evidenciando os “Obamas” que reconstroem a própria história apesar do terror vivido pela região.

E como lá no fundo o privilégio seleciona muito bem o que reconhecer na realidade, é recorrente surgirem em momentos de inversão de poder certas associações que desqualificam, quase imperceptivelmente, a conquista. O texto de Mia Couto traz para a comemoração o imaginário de uma África incapaz para a democracia. De certa forma, a vinculação com sinais negativos incentiva a descrença para o filho de africano negro. Mas como a história é implacável em suas dinâmicas, Obama não está fora do lugar que lhe é de direito e de vontade, pois expressa a face de uma demanda coletiva. Talvez por isso se cerque de toda a simbologia que o legitima.


E por que não aproveitar o texto para perguntar: e se Obama fosse brasileiro? Vamos focar o ângulo da representação negra nas instâncias políticas. Esta dimensão, porém, não é diferente de outras envolvendo a população descendente de africanos no Brasil. Os índices de pobreza, enfim, o avesso do poder, da mesma forma, por aqui tem rosto.

Critérios, como salário no Brasil, repetem a base da pirâmide com mulheres negras e o cume com homens brancos. Nem é preciso dizer da relação entre tais índices e a restrição de direitos, a vulnerabilidade à violência e etc., etc., etc.

Poderia haver um Obama brasileiro? Pensando na arquitetura simbólica à disposição por aqui, destacaria um aspecto do discurso que pleiteia a superação das evidentes desigualdades sociais no país até para configurarmos a representação política dessa população. Porém, considerar o recorte racial em debates acerca das peculiares relações raciais no Brasil, com dados apontados em pesquisas que pautam índices raciais, paradoxalmente acabam julgados como racialização do debate. É cobra engolindo o próprio rabo. De um lado, os discursos dos movimentos sociais ao expressarem suas reivindicações, se baseiam em dados, auferidos cientificamente, recortados pelo fator "racial". Por outro lado, uma corrente intelectual se escabela na tentativa de implodir a palavra "raça", sobretudo quando toma a direção de fundamentar as "quase" políticas públicas. Basta anunciarmos alguma discussão sobre as práticas, os comportamentos, a questão dos acessos que atingem certa fenotipia para logo surgir o tema DNA no fato de sermos todos humanos com origens mescladas. Na tentativa de construir políticas para evitar que o tratamento recebido por uma pessoa varie na mesma escala de sua aparência, sempre aparece aquele que irá evidenciar a exceção discriminatória. Diferentemente dos EUA, educar para a noção de direitos civis ainda é muito tênue no Brasil.

E é exatamente a insistente desqualificação que impede avanços na produção de políticas públicas visando alterar o quadro levantado por pesquisas diferenciadas. A repetição do impasse bem brasileiro refaz uma estratégia política conservadora. Pois, todo rigoroso cientista social não deveria buscar os sentidos envolvidos no uso de certa terminologia, sobretudo quando utilizada por movimentos sociais? No entanto, como explicar uma corrente de analistas que reduzem a discussão dos nossos dias como se o termo estivesse confinado aos sentidos Oitocentistas? E como não há termo algum, com significados absolutos há de se perguntar por que não sugerem o termo que orientaria a adequação? A dinâmica da nomenclatura racial é um fator a ser considerado no exame dos eventuais “Obamas” em nossa sociedade. O termo raça, que aparece mais do que o dado, não poderia ser compreendido como uma síntese que abarca índices de desigualdades evidentemente relacionadas ao biotipo das populações em convívio? Desvalorizar demandas concretas por utilizarem o termo "raça" é uma prática implicada nos impedimentos à mobilidade social e, por sua vez, na manutenção de visões universalistas para implementação de políticas públicas.

Portanto, o Obama brasileiro teria ondas bastante conservadoras para superar, e, logicamente, a hegemônica mídia local. Acerca deste último detalhe, podemos focalizar a cobertura da vitória de Obama e do quanto foram raras as matérias que buscaram a opinião dos habitantes negros do país tropical. A não ocorrência foi tão natural como a ausência permanente em voz e imagem, só quebrada, aliás, por produções norte-americanas que circulam em nossas TVs.

Tamanha invisibilidade não nos deixa notar contornos de um Obama brasileiro. E ainda no território das representações políticas, uma das primeiras assinaturas do governo Lula foi a Lei 10.639/03 que vinha questionar a ausência de produção de conhecimento sobre África na escola. Superar a naturalização que preserva ignorâncias, diagnosticadas como estimuladoras de racismos e preconceitos nos ambientes educativos, parecia ter revolucionariamente o apoio oficial. No entanto o atual ministro da educação não gostou da Lei, diminuindo sua importância como orientação politicamente negociada no início da gestão. Este é um dos aspectos a demonstrar que toda a iniciativa para um debate público que valorize a origem africana e afrodescendente como presença singular, todavia articulada a poderes de fato, faz emergir uma série de manobras que irão favorecer sua dispersão. A esperança será nos unirmos para quebrar essa lógica, até o momento, eficaz.

O texto de Mia Couto, e a leitura requintada associada a Obama conforme o ponto de vista que procurei defender, acabou tocando na minha sensibilidade para qualificações e desqualificações que encontramos nas análises acerca das dinâmicas sociais a nossa disposição. E a África como nervo nervoso! É apenas um ponto para a interlocução no diálogo público.

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*Heloisa Pires Lima é gaúcha, doutora em antropologia social pela Universidade de São Paulo (2005). Tem priorizado, em sua produção, questões teóricas acerca das fronteiras entre as disciplinas História e Antropologia, na especificidade do tema das representações culturais, com ênfase em relatos de viagem e expressões plásticas. O período alvo de suas pesquisas tem sido o século XIX. Sua produção é marcadamente associada à atuação de entidades negras e outras anti-racistas. Criou a Selo Negro Edições, da qual foi editora. É autora de livros infanto-juvenis como Benjamin, o filho da felicidade. Histórias da Preta e O espelho dourado, A semente que veio da África e escreve artigos para vários periódicos.

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O texto de Mia Couto pode ser lido em:
http://historiaemprojetos.blogspot.com/2008/12/e-se-obama-fosse-africano-e-se-obama.html

(1) dieli (na língua bamanan do Mali, noroeste da África) é “mestre” (sábio, curador, iniciador das ciências da vida, das artes populares e dos ofícios artesanais). Como “griot” (em francês) ou “griô” (abrasileirado)

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