sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Bancada do PT debate conjuntura com Marilena Chaui



A bancada do PT na Câmara reuniu-se (em 23 de agosto de 2007) com a filósofa Marilena Chaui. O objetivo foi discutir a conjuntura política e os desafios atuais do partido. O líder da bancada, deputado Luiz Sérgio (RJ), qualificou o encontro como altamente positivo. "A professora Marilena Chaui tem grande capacidade de fazer uma análise apurada de temas atuais e importantes para o PT", disse.

Luiz Sérgio destacou o fato de a filósofa ser uma estudiosa fora do ambiente parlamentar, o que garante a ela uma visão de temas do dia-a-dia que nem sempre são acompanhados tão de perto pelos parlamentares. A bancada vai promover outros encontros para discutir a conjuntura política, econômica, social e legislativa.

Autora de vários livros, Marilena Chaui é professora de Filosofia Política e História da Filosofia Moderna da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). No encontro com a bancada petista, ela abordou, entre outros temas, o poder da mídia e a democracia, o neoliberalismo, os desafios atuais do PT e o papel dos movimentos sociais.

Ela lembrou a própria história da formação do PT, que rompeu com a tradição da esquerda, em que grupos se colocavam como varguardas de classe. Era uma prática adotada não só no Brasil. "O PT, ao contrário, nasce como esquerda a partir de movimentos sindicais, populares, sociais, grupos e tendências de esquerda", configurando um novo sujeito político e coletivo, disse Marilena Chaui. "O PT é a afirmação da presença política direta das classes populares", completou.

Para o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), foi uma reflexão importante para a bancada. "Por ser uma intelectual respeitadíssima e conhecida pelo grau de polêmica que sempre assumiu, ela traz uma visão de quem está fora deste cotidiano da política, do dia-a-dia da dinâmica parlamentar e, ao mesmo tempo, faz uma boa avaliação da relação entre o poder político, econômico, da mídia e as questões que envolvem o nosso cotidiano".

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) tem a mesma opinião. "Foi muito importante e positivo. Temos que repetir este tipo de debate. A Marilena Chaui é uma intelectual extremamente capaz, competente e que tem o compromisso político muito sério com a luta do PT no Brasil e com a postura da esquerda no Brasil", disse Ferro.

Para a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), a reflexão "foi oportuna e necessária" para chamar a atenção sobre os desafios que estão colocados, além de "renovar" a esperança. "O debate foi excelente. Emociona participar de um debate com a professora Marilena Chaui e constatar a sua lucidez política e clareza teórica. Na verdade, ela nos levou a uma reflexão muito oportuna e muito necessária sobre o PT de ontem e de agora. Ou seja, ela nos levou a fazer uma reflexão sobre estes 27 anos e o que tem significado o PT para a construção da democracia do país".

O deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS) afirmou que a bancada saiu fortalecida do debate. "A análise sobre a manipulação que a imprensa faz no nosso país nos ajuda a compreender muito o embate político que estamos vivendo. Acho que a bancada sai fortalecida politicamente desse debate, foi um passo muito importante para retomar a iniciativa do debate político e até mesmo qualificar toda a ação de afirmação no nosso projeto no país", disse.

Para o deputado Carlos Abicalil (PT-MT), é fundamental que a bancada promova novos debates. "Foi importante a análise rigorosa sobre a conjuntura e o que está em disputa no ideário popular no país. É fundamental que a bancada realize outras edições, não apenas para quebrarmos nossa cegueira de procedimentos, como para dar sustentação a uma leitura de ação política que possa ir fazendo com que o PT mantenha a sua ousadia de ser um partido determinado a mudanças", disse.

Na opinião do deputado José Genoino (PT-SP), a bancada precisa "criar o hábito" de realizar debates. "A Marilena fez com a bancada reflexões profundas, atuais; é um instrumento para todo o partido discutir e avaliar aprofundadamente. Acho que a bancada precisa, periodicamente, chamar pessoas para um debate mais estratégico sobre sistemas e o momento", disse. O deputado Odair Cunha (PT-MG) ressaltou "que a iniciativa é importante porque se constitui numa oportunidade para a bancada pensar um pouco sobre os desafios que são colocados para a bancada".

fonte Informes PT - 24/agos/2007 nº3809

Nem pensando muito se consegue responder a isto...

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Escolas de SP não precisam implantar filosofia e sociologia


21/08/2007 - 16h35

Juliana Doretto
Em São Paulo*

As escolas públicas e particulares de São Paulo não precisam implantar as disciplinas de sociologia e filosofia no currículo do ensino médio. O CEESP (Conselho Estadual de Educação de São Paulo) considerou "nula" a norma do MEC (Ministério da Educação) que obriga as escolas a terem aulas específicas nessas duas áreas. A decisão foi publicada no sábado (18) no Diário Oficial do Estado de São Paulo.

Os conselhos e secretarias estaduais de educação do país têm até esta terça (21) para apresentar ao MEC um plano de trabalho para implantação das duas disciplinas no currículo. Ou seja, o ministério não cobra que as aulas comecem já em 2007, mas pede aos sistemas de ensino que digam quando e como vão iniciar as disciplinas.

A obrigatoriedade foi instituída há um ano pelo CNE (Conselho Nacional de Educação), órgão colegiado do ministério, e abrange todas as escolas das redes pública e privada de ensino médio do país que adotam o sistema de disciplinas.

Para o presidente do conselho paulista, Pedro Salomão José Kassab, não há hierarquização que obrigue os conselhos estaduais e municipais a aceitarem as decisões do Conselho Nacional. "Pela Constituição, os sistemas estaduias e municipais de ensino são autônomos. Eles só devem cumprir a Lei, a LDB [Lei de Diretrizes e Bases], que permite que esses conteúdos sejam ministrados de modo transversal, ou seja, distribuídos em outras disciplinas."

O texto do CEESP publicado no Diário Oficial diz que, "a obrigatoriedade de inclusão de disciplinas específicas de filosofia e sociologia fere a autonomia assegurada aos sistemas de ensino, pela LDB e pela Constituição, para a definição de suas próprias grades curriculares". Segundo o documento, "cada escola é autônoma para decidir, dentro das balizas postas pela legislação, o melhor modo de organizar o currículo a ser ministrado aos seus alunos".

A diretora de políticas públicas do ensino médio do Ministério da Educação, professora Lúcia Lodi, diz que o CNE pode, sim, legislar, e o ministro Fernando Haddad já homologou a resolução.

Na rede estadual de ensino paulista, porém, as aulas já são aplicadas, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação. Filosofia é obrigatória a 1ª e 2ª série do ensino nédio e opcional para a 3ª série. Quanto à sociologia, a disciplina é optativa no 3º ano do ensino médio.

O CEESP é formado por 24 membros e tem funções normativas, deliberativas e consultivas em relação à educação paulista pública e privada. É vinculado à Secretario Estadual da Educação.

Sem professores
Kassab afirma ainda que, caso a resolução do MEC fosse aprovada no Estado, São Paulo não teria número suficientes de professores para lecionar as duas disciplinas.

Segundo a Secretaria de Educação de São Paulo, 3.463 professores de filosofia e 944 de sociologia atuam hoje na rede estadual.

Para Lejeune Matogrosso, coordenador da Federação Nacional dos Sociólogos, não faltarão professores de sociologia. "Estimamos que, em três anos, seja necessário contratar 10 mil professores em cada uma das discuplinas. No Brasil, já existe 40 mil formados na área. E, por ano, se formam de 1.500 a 2.000 sociólogos", explica.

Segundo o sociólogo, vários profissionais da área são professores de outras disciplinas, como história e geografia, por falta de aulas específicas de sociologia. Ele diz ainda que, em "caráter excepcional", bacharéis (ou seja, sem formação em licenciatura), podem lecionar.

Para o professor de filosofia da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e coordenador do Fórum Sul-Brasileiro de Filosofia e Ensino, Emmanuel Appel, também há filósofos em número suficientes para lecionar. "Temos 190 cursos de filosofia no país, e a disciplina foi suprimida do ensino médio em agosto de 71. Durante 35 anos, esses cursos formaram um considerável número de pessoas. Caso não estejam lecionando, eles podem passar também por reciclagem."

Appel diz ainda que em 17 dos 27 Estados do país a filosofia já vem sendo ensinada nas escolas, e Estados como Minas Gerais e Paraná têm essa disciplina como obrigatória em suas Constituições estaduais.

*Atualizada às 17h24

fonte: http://noticias.uol.com.br/educacao/ultnot/ult105u5689.jhtm

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Dissertações e Teses em acesso livre (03)

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Dissertação de Mestrado
- História, política e revolução em Eric Hobsbawm e François Furet
Autor: Correa, Priscila Gomes
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06072007-120331/

Tese de Doutorado
- Idéias para uma pedagogia da desconstrução: desdobramentos da ontologia de Martin Heidegger
Autor: Colpo, Marcos Oreste
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-25072007-160352/